Não julgo quem me julga, não odeio, quem me odeia. Todos temos direito de julgar e odiar a quem bem entendermos. Ainda mais quando não conhecemos verdadeiramente as pessoas. Sou aquele tipo de pessoa que não dá pra conhecer, não deixo que me conheçam, não deixo que vejam minha dor, minhas dores, meus receios, meus medos, meus amores. Não conto histórias tristes do meu passado, sofri, chorei e pronto. Aprendi a lidar e cresci, mas dói, dói e muito, sou o tipo que faz bico, fica de cara fechada, chora, mas não fala, não explode, não retruca. quer julgar? Julguem! Quer odiar? Odeie! Você, está certo, certo sobre mim, porque demonstro ser aquilo que você fala, porque eu não quero deixar minha verdadeira pele, cara exposta. Eu vir pra cuidar de você, amar você, mimar você, enquanto a mim? Minhas dores se calam, a infância já se foi, a dor ficou guardada, calada, trancada. As feridas as vezes se expõem, meu corpo teima em mostra-las as vezes, mas eu maquio, me maquio, me escondo. Você jura cuidar, amar, proteger? Me proteger contra o monstro que eu sou? Porque eu não posso me proteger, de mim mesma, não posso fugir, não posso evitar que eu me machuque, me corte, me arranhe, me mate. Eu protejo você do mundo, e você me protege de mim. Minha falta de atenção, frieza, falta de caráter, carinho, meu egoísmo, é porque eu quero te proteger, do monstro dentro de mim, porque contra ele, eu não posso lutar. Ei, eu te amo, amo sim, de verdade, amo tanto, que te leio, releio, te olho e te vejo, me protejo dentro do seus olhos, dentro do seu amor. Ei, eu te procuro, a cada esquina, a cada olhar em uma criança, um ser tão puro. Eu confio, confio em ti, no seu amor, no seu caráter, no seu sorriso, no seu abraço. Deixa eu cuidar de ti? Assim você cuida de mim.
Deixa eu dizer que te amo, desse jeito torto, errado, mal educado, estupido, grosso, mas sincero. Deixa eu te irritar, te enamorar, te enciumar, te mimar.
Deixar eu mal dizer, te enlouquecer, te da prazer, te amolecer.
Deixa eu fazer parte da sua vida?
